Depois de ir para a Pedra da Macela em Cunha-SP tenho buscado novas aventuras com trilhas pela região do Vale do Paraíba.
Tem algumas que o Leo fez sozinho, sei que ainda tenho que treinar um pouco para conseguir encarar, como o Pico das Agulhas Negras e o Prateleiras no Parque Nacional de Itatiaia.
Hoje vou contar sobre a minha primeira empreitada em trilhas sem o Leo (mas não sozinha, fui com um guia e um grupo). Decidimos que eu iria sozinha nessa, sem a preocupação dele.
Escolhi fazer a trilha da “Pedra do Queixo da Anta” (Alguns também chamam de “Serra do Queixo da Anta” ou “Pico do Focinho da Anta”) em São Francisco Xavier-SP (distrito de São José dos Campos-SP) com o Marcos da empresa “Trail Friends Adventure Sport”. Escolhi essa trilha porque é indicada para iniciantes.
A trilha é feita em terreno irregular e sua maior parte consiste em subida, bem íngreme. No total são 5,5km (ida e volta) chegando na altitude de aproximadamente 1700m de altura em meio à Mata Atlântica. O pico ficou conhecido porque na década de 80 um avião se chocou contra a sua pedra.
Abaixo uma foto antes da trilha. Acordei cedo para arrumar o cabelo… Mal sabia que com uns 15min de trilha meu cabelo estaria encharcado de suor e todo esse esforço iria por água à baixo. Fica a dica para as trilheiras iniciantes como eu, nem perca muito tempo arrumando o cabelo, vai ficar suado e bagunçado pelo vento! rs
A entrada da trilha fica em propriedade particular, o ponto de partida é o sitio da Dona Ricardina que fica há 10km do centro da cidade. Eles cobram uma taxa de conservação de R$20,00 para quem vai visitar a trilha. Como fomos num grupo essa valor já estava incluso junto com o valor do transporte.
Antes de começar a aventura foi feito um café da manhã comunitário onde cada um do grupo se apresentou. Isso é uma das coisas que acho bem legal quando faço trilha com o pessoal do Trail Friends, é a interação, a oportunidade de fazer novas amizades.
Deixamos algumas coisas guardadas no sitio para a mochila ficar mais leve para subida. Isso ajudou porque a minha mochila estava um pouco pesada, deixei os lanches da volta e subi só com o essencial.
Embora eu tenha começado uma vida fitness há algum tempo, fazendo academia e um pouco de corrida, meu preparo físico ainda tem muito a ser desenvolvido. Sofri muito na subida, fiquei bem ofegante, tive um pouco de rinite que atrapalhou a respiração.
O Marcos da Trail Friends deu bastante apoio e motivação para mim e para algumas outras meninas que também não tinham muito experiência com trilhas e estavam tendo dificuldades com as subidas íngremes.
Foi dificil, principalmente porque o Leo não estava comigo, ele provavelmente levaria a minha mochila ou daria algum apoio caso estivesse. Mas esse foi o grande intuito dessa trilha, eu ir por minha conta, sem ajuda e conseguir chegar.
Para muitos que estavam no grupo essa trilha foi realmente nível fácil para iniciantes, chegaram com tranquilidade, já encararam desafios muito maiores.
Para mim foi uma grande desafio, superei muitos limites… Em alguns momentos pensei em desistir ou que não conseguiria chegar.
E para minha surpresa houve um trecho que tivemos que fazer um rapel na pedra somente com o apoio de duas cordas. Primeiro descendo quando estávamos indo rumo à pedra e depois subindo quando estávamos voltando. Eu achei que não teria força principalmente para subir, mas acabou que deu tudo certo.
O desafio foi grande, mas a sensação ao chegar ao cume do pico foi maravilhosa. Todo o sacrifício foi recompensado.
No cume tem uma grande cruz e tem o livro de cume onde podemos assinar junto com todos que passaram por lá. Foi o meu primeiro livro de cume, muita emoção poder assinar e deixar ali a minha marca.
E não podem faltar milhares de fotos com a bela paisagem da região do Vale do Paraíba ao fundo.
Volto a repetir, para muitos isso não é nada, uma trilha simples, mas para mim foi um dia em que superei meus limites e venci um grande desafio pessoal, consegui me provar capaz de fazer uma trilha como essa.
Usei o apoio de um bastão de trekking principalmente na descida e achei que ajudou muito. Na descida alguns trechos estavam escorregadios e o bastão me livrou de alguns tombos.
Durante toda a trilha fomos acompanhados pelo Pingo, um dos cachorros da Dona Ricardina. Ele é famoso por conhecer e percorrer toda a trilha com os visitantes. Achei tão fofo! Fiquei pensando se um dia conseguiria fazer uma trilha com a Nina (minha pequena yorshire).
Esse foi o meu primeiro passo nessa vida de aventuras que eu vislumbro e idealizo. Acho muito legal fazer trilhas, quero me preparar para encarar desafios maiores.
Outro dia vi um documentário sobre trekking até o “base camp” (a base, não o topo da montanha) do Everest. E eu me pergunto, será que um dia vou estar à altura de um desafio como esse?
Outra montanha que é um sonho para mim é o Kilimanjaro. Sonho em um dia conhecer, mesmo que seja de longe, mesmo que eu não consiga subir ao seu cume. Parece pertencer à um lugar mágico.
Deixando meus devaneios e sonhos em um dia praticar trekking de verdade, espero que tenham gostado de conhecer a trilha da Pedra do Queixo da Anta e que essas informações sejam úteis para outros aventureiros.
Onde se hospedar em São Francisco Xavier
Seguem algumas opções de hospedagem na cidade:
- Portal do Equilibrium
- Pousada Varandas da Mantiqueira
- Pousada Morena SFX
- Chacara das hortensias
- Pouso do Rochedo
- Pousada Cachoeira do Roncador
- Fazenda Monte Verde A Morada do Muriqui
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