Ano passado li “Nove minutos com Blanda” da autora Fernanda França e gostei muito. Ao receber “Malas, Memórias e Marshmallows” minhas expectativas estavam bem altas, e sim, elas foram superadas! É muito bom ver um livro nacional com uma qualidade tão grande!
Tudo começa no dia do aniversário de 23 anos de Melissa Moya, uma jornalista que mora em São Paulo. Um dia que tinha tudo para ser bom, torna-se seu pior pesadelo.
Ela é demitida sem razão nenhuma (mas não sai sem deixar um “recadinho” para o chefe idiota), pega o metrô lotado e quando encontra com o vizinho novo no elevador ele acaba derrubando terra, do vaso que estava segurando, em seu vestido!
E em sua “festa surpresa” há meia dúzia de convidados e Lady Gaga (sua gata). Mas o pior é que, do nada, seu chefe chega na festa com um buquê de rosas, pede desculpas pela demissão, diz que a ama e a convida para acompanhá-lo em um Congresso de Jornalismo no Uruguai! Bem “WTF” né?
“Todo fim é um novo começo”.
Após todo esse desastre, Melissa arruma a bagunça da festa, passa a mascara anti-idade estranha que ganhou de sua melhor amiga (que a deixa com a cara laranja) e vai jogar fora os sacos de lixo. E eis que ela acaba dando de cara, mais uma vez, com o novo vizinho, Theodoro Brasil.
Então ele a aconselha a ir a viagem com o ex-chefe ao Uruguai, e como Theodoro trabalha em uma agencia de noticias, da a oportunidade de Melissa fazer um trabalho free-lance sobre turismo enquanto estiver no Uruguai. Ela adora a idéia e aceita.
Após diversas confusões e belos passeios no Uruguai, Theodoro manda um novo trabalho a Melissa, se chama “América sob rodas” e consiste em viajar por várias cidades dos EUA, conhecidas e desconhecidas, e mostrar o que há de bom. Mais uma vez ela aceita e parte para o desafio. E ai começa a aventura!
Naquele momento, sozinha quando o sol se escondia, eu quis ter companhia. Pela primeira vez no dia, com a chegada da noite e a brisa do mar, naquele castelo branco enorme, com os quadros ao redor e todos aqueles gatos na parede, pensei em Lady e em quem gostaria que estivesse ao meu lado. E cheguei a conclusão de que só gostaria de ter meus amigos comigo.
Eu ainda não sabia, áquela altura da viagem, por quantos lugares ainda passaria e o que o destino reservava para mim. Mas não me importava. Só o que me preocupava era por que eu tinha medo de me sentir tão feliz.
Lá Melissa conhecerá pessoas importantes em sua jornada (seja para bem ou para mal) como Caio, Alan, Viviane (namorada de Theodoro que também esta realizando um trabalho lá pela agencia), Emily e Daniel.
Mesmo estando longe ela sempre mantêm contato com a sua família, Samantha (sua melhor amiga) e Theodoro.A cada cidade visitada seus relatos são tão bons que dá a impressão que também estamos lá. Viajamos com ela por Nova York, Memphis (casa do Elvis), Little Rock, Detroi, Atlanta, e etc.
Não posso deixar de citar a inesquecível cena do ano novo em Orlando, na Disney, é tão lindo, um verdadeiro conto de fadas, uma das minhas cenas favoritas do livro, só não conto o porque para não revelar spoilers!
Como todo bom chick-lit não faltam cenas engraçadas e inusitadas, e é claro romance! Além de surpresas com a família e até descoberta de traições.
– Você não gosta mesmo de cozinhar?
– Eu cozinho bem e sou ótima aprendiz. – disse. Não mentia, porque cozinhava bem miojo com requeijão e salsicha, e sempre fiz o melhor brigadeiro que as pessoas poderiam experimentar, mas cozinhar, de fato, não estava nos meus planos.
Alan me olhou de forma estranha, um tanto indignado, e eu poderia até arriscar que ele esperava que eu dissesse que era excelente cozinheira e nasci para agradar os outros.
Sabe aquele livro que você se identifica com a protagonista, com as impressões que ela tem do mundo, com os sentimentos, com as atitudes e tudo mais? Sim, foi isso que senti ao conhecer Melissa.
Ela convence tanto que dá a impressão que quando for a São Paulo você poderá encontrá-la por lá. E Theodoro é um carioca, muito gente boa, encantador, que todo mundo gostaria de conhecer.
– Depois vamos aprender sobre abertura do diafragma, mas adianto: nenhum conceito é tão importante quanto o primeiro. Fotografe com amor, mesmo com uma câmera sem ajustes manuais, e você terá fotos lindas.(…) Naquele dia, Théo disse que gostava de fotografar comida porque havia poesia nos detalhes do dia a dia que as pessoas não observavam.
– Poesia na comida, Théo?
– Poesia nos detalhes da vida, Mel.
“Enquanto o homem planeja, Deus ri.”
Confira outras resenhas de livros sobre viagens:
- “1.000 lugares para conhecer antes de morrer” (Patricia Schultz)
- “Confissões de Um Turista Profissional” (Kiko Nogueira)
- “Não comprei na Zara. Gastei na viagem” (Amanda Noventa)
- “101 Coisas para fazer antes de casar, engravidar ou envelhecer” (Sarah Ivens)
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Que capa maravilhosa..
Apesar de não ser fã do gênero acho que eu leria e gostaria da história *_*
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