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Crônicas da Ásia: Viagens que transformam

Logo no inicio do blog, há uns 2 anos atrás, eu escrevi uma crônica chamada “Viagens que transformam” contando minhas emoções e experiências vividas na África do Sul.

Aquela viagem me abriu para o mundo, me fez querer ir mais longe, conhecer culturas diferentes, ir muito além de viagens tradicionais como Nova York ou Paris, por exemplo.

Essas viagens para lugares conhecidos não tem nada de errado, mas o quero eu te dizer é que existe muito mais e é maravilhoso conhecer a diversidade do mundo.

Em 2015  na África do Sul tive esse sentimento que me fez me apaixonar pelo mundo e desde então viajei muito. Conheci a Europa e conheci mais da América do Sul. Mas ainda não tinha ido a nenhum outro lugar que me tocasse tanto como a África do Sul.

Em paralelo à isso, alimentei por muitos anos o sonho de conhecer a Tailândia, cada vez que via uma foto ou lia em algum blog, tinha mais convicção que precisava ir lá e que seria uma nova viagem transformadora.

Foram 3 anos sonhando e planejando, até que em 2018 consegui fazer dar certo. Comprei a passagem em janeiro para viajar em novembro, ali tudo começou a ser realidade.

Quando estava chegando mais perto da viagem, na época de começar a reservar os hotéis e traçar o roteiro, meu pai ficou muito doente e quase cancelei tudo. Foram meses muito difíceis, de muita luta, mas ele não resistiu.

Há menos de dois meses para a viagem retomei o planejamento e corri traçar o plano daquele sonho que eu buscava tanto, tão dificil de realizar.

O sonho do Leo era a China, andar pela Muralha e visitar a Cidade Proibida, então encaixamos tudo nessa nossa jornada pela Ásia que começava na China, passava a maior parte pela Tailândia e terminava no Camboja.

E tudo que eu tinha sonhado, imaginado e idealizado foi ainda melhor! A filosofia de vida budista é apaixonante, as pessoas são tão boas, receptivas, altruístas.

Você pode ir no lugar mais pobre do Camboja ou da Tailândia, andar a noite por lugares que você jamais andaria no Brasil ou até mesmo em Paris ou Londres, sem nenhum medo de criminalidade, tirando fotos com o seu iphone, que levaria uma vida para um trabalhador que recebe na moeda do Camboja comprar.

As pessoas tem uma essência tão boa e uma inocência, que para nós, sempre alerta e preocupados com os riscos das grandes cidades, não conseguimos nem acreditar. Não é porque a pobreza existe que alguém vai querer roubar algo que não pode ter.

Isso foi uma das lições que me tocou. Mas tiveram outras tantas, o Camboja foi um grande choque de realidade em relação a pobreza.

Fizemos um passeio de quadriciclo pela zona rural, passando por pequenos vilarejos muito pobres e plantações de arroz. Muitas crianças que moravam nas casas da região que passávamos ficam acenando, dando tchau quando passávamos. É triste pensar em que futuro elas podem ter enquanto continuarem a viver nessas condições.

Me emocionei num pequeno shopping quando vi um menino sozinho, que parecia entrar num lugar como aquele pela primeira vez, com medo de subir na escada rolante! Ai veio um segurança do shopping, segurou na mão dele e subiram juntos! São coisas tão simples, mas que tocam tanto.

Nos fazem parar para refletir sobre os nossos valores, as nossas prioridades, sair um pouco da bolha que vivemos.

A cultura vibrante tanto na Tailândia quanto no Camboja também me tocou muito. Em Siem Reap acabamos presenciando o Festival Anual das Águas, uma festa com muitas representações culturais simples, mas que significam tanto para aquelas pessoas.

Fizemos um tour para conhecer as ruínas da cidade histórica de Ayutthaya, mas que foi muito além. Nossa guia era uma moradora local que nos levou para a sua fazenda de camarões. Nós pescamos os camarões e comemos um almoço delicioso.

Mas a maneira como comemos que me marcou muito, ficamos sentados em cima da mesa e comemos com uma colher e as mãos, da maneira como eles fazem no dia a dia naquela região, que é uma área mais rural nos arredores de Bangkok. Aquelas pessoas nos tratavam como se fôssemos da família delas.

O contato com a natureza também foi muito forte, sentia falta disso desde a África do Sul. Fizemos um trekking, com chuva, pelas montanhas das cordilheiras dos Himalais em Chiang Mai, passando por cachoeiras e plantações, contemplando as paisagens.

Fomos em um Santuário de Elefantes em Chiang Mai: alimentamos eles, demos banho de lama e depois banho no rio. Que experiência! Já tínhamos ido num Santuário de Elefantes na África do Sul, mas esse experiência levou o contato com os elefantes à outro nível. Havia um filhote que se divertiu tanto, que virou de barriga pra cima, parecia um cachorrinho, brincando muito.

Vi praias em Ko Phi Phi e em ilhas próximas à Phuket que não consigo descrever em palavras. Que a água era tão cristalina que dava para ver os peixes sem equipamento de snorkel. As cores daquele mar são obras divinas da natureza, são o tipo de coisa que precisa ser visto pelo menos uma vez na vida.

Tive muitos choques de realidade que me tiraram da zona de conforto em Pequim, seja por estar em lugares que ninguém fala inglês, lidando com banheiros diferentes, vendo trânsitos caóticos, vendo placas que não entendia nada.

Mas também passando por palácios onde moravam os imperadores das mais famosas dinastias e andando pela lendária Muralha da China, palco de tantas batalhas.

As ruínas de Angkor Wat habitavam há muitos anos os meus sonhos, desde que assisti o filme do Tomb Raider. E andar por elas foi surreal, que lugar incrível! Escalei algumas pedras (onde era permitido) e me senti Lara Croft por um dia desbravando os segredos de culturas antigas.

E a nossa última grande experiência para fechar com chave de ouro foi simplesmente fazer uma tatuagem sagrada (sak yant) com o Ajarn com todo o ritual mágico. Essa tatuagem é como um talismã em sua pele que lhe concede benções e poderes desde que você não quebre as suas regras, que basicamente é ser uma pessoa boa.

Sempre que eu olho essa tatuagem sinto todas as emoções dessa jornada, toda essa bagagem que trouxe comigo, que me transformou, que me faz uma pessoa melhor: mais aberta ao novo, a diversidade, ao respeito pelo diferente.

E é isso que viajar significa para mim, são jornadas que transformam quem eu sou, são coisas que eu descubro e que se tornam parte de mim.

Desde comidas, como por exemplo Pad Thai, que se tornou uma das minhas favoritas da vida. Aprendi a fazer numa aula de culinária em Chiang Mai e já fiz algumas vezes depois que voltei, tenho todos os ingredientes e sempre que tiver saudades dos sabores da Tailândia posso fazer na minha casa.

As roupas estampadas também me conquistaram. As calças tailandesas (muito usadas pelos turistas) são demais! Comprei algumas peças e continuo usando no meu dia dia. Me deixaram um pouco mais alegre, saindo um pouco do estilo bem básico.

São pequenas coisas que ficam no estilo, no gosto culinário, no modo de pensar e de ver aos coisas ao seu redor, mas que fazem toda a diferença.

Abra o seu coração para mundo, vá para aquele lugar distante e exótico que você sempre sonhou, se permita viver essa experiência.

E onde está o meu próximo sonho? Ainda não sei. Nesse ano estou sem destino definido, preciso encontrar um novo lugar que me chame a atenção, que eu sinta que tem uma parte nova da minha alma, que ainda não conheço, me esperando por lá.

Qual foi a viagem que te transformou?


Índice das Crônicas da Ásia:


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Juliana Almeida Rioshttps://junypelomundo.com.br/
Viajante, Administradora, Aspirante à Mochileira, Sonhadora, Bookaholic. Adora planejar uma viagem, seja para a cidade vizinha ou para o outro lado do mundo. Ama conhecer novas culturas e contar as suas aventuras. E prefere ser chamada de Juny.

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